domingo, janeiro 04, 2009

Área do Conhecimento: Economia

ECONOMIA INFORMAL E MERCADO DE TRABALHO NA REGIÃO NORTE FLUMINENSE-RJ: UMA ANÁLISE DA INFORMALIDADE NO CAMELÓDROMO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES.

Luane Rubim Machado
Hernán Armando Mamani

Universidade Federal Fluminense


INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa tratar da economia informal, tendo como eixo de análise, o comércio do centro de Campos dos Goytacazes, sobretudo a partir de 1998. Busca-se conhecer a relação entre Estado, economia e sociedade na configuração dos mercados de trabalho, considerando a complexidade que o termo trabalho informal e economia informal abrigam em sua definição e a questão de a interdependência entre os dois termos, não eliminar o fato de serem fenômenos distintos.Percebe-se que é elevado o número de trabalhadores informais no Brasil, bem como em toda a América Latina, sendo necessário compreender as relações envolvidas neste processo e as possíveis implicações sobre o mercado de trabalho.Trazendo a discussão para a escala local, pode-se notar que as atividades informais no comércio de Campos, vêm se expandindo cada vez mais.O que torna o centro da cidade um atrativo para consumidores não só de diversos bairros e localidades do município, como também de cidades vizinhas. Tal abordagem é de grande relevância não somente pelas informações e análises que serão disponibilizadas acerca da economia local, mas também pela possibilidade das mesmas estarem contribuindo, para a formulação e implementação de políticas públicas por parte do governo municipal, que venham proporcionar melhorias nas condições de trabalho e segurança dos trabalhadores “informais”.


METODOLOGIA

A pesquisa acerca do tema abordado vem sendo realizada por meio exploratório e pesquisas bibliográficas, baseando-se na leitura de obras referentes à economia, geração de emprego e renda e mercado de trabalho. Vem sendo feita ainda, uma pesquisa documental e estatística com base na construção de um banco de dados, informações e indicadores sobre a economia regional e políticas públicas, baseados em notícias da imprensa.Outro método utilizado refere-se à observação direta e participativa, identificando a localização dos camelôs, as relações, tipo de atividades, produtos vendidos, bem como, grau de legalidade, problemas e conflitos entre os agentes envolvidos. Cabe destacar ainda a utilização de entrevistas semi-estruturadas e não-estruturada, usando a caracterização das trajetórias ocupacionais, origem, escolaridade, expectativas e relação com o trabalho formal.O tratamento dos dados deverá ser feito através de contextualizações e presentificação, bem como análise comparativa. Cabe destacar ainda a utilização da história Oral, que será um recurso será de grande relevância, na abordagem que deverá ser feita, acerca dos apontamentos históricos e constitutivos do camelódromo, como um espaço de grande fluxo diário no centro de Campos dos Goyatacazes.

RESULTADOS


A partir da análise de dados divulgados pelo IBGE, pôde-se de perceber que a maior parte das empresas informais estão concentradas no sudeste, a composição dos empregados destas empresas se dá a partir de trabalhadores por conta própria, pequenos empregadores, empregados com e sem carteira assinada e trabalhadores não remunerados.No que se refere à escala local, percebe-se uma grande movimentação diária em torno do “camelódromo” que atrai consumidores locais e de municípios vizinhos.As empresas formais localizadas em seu entorno, possuem preços semelhantes, que podem atender o mesmo público-alvo,o que contribui para formação de um mercado com oferta de produtos e serviços voltados sobretudo para a classe popular.A partir da entrevista realizada com a CODEMCA (Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos), pôde-se constatar que o Camelódromo foi contruído com o intuito de retirar os “camelôs” das ruas, onde trabalhavam de maneira irregular, sem higiene, nem tampouco segurança e colocá-los num ambiente comum, também chamado de “Shopping popular”.Porém, o mesmo, se mostra “hoje” insuficiente para atender toda a demanda de “camelôs”que se encontra novamente dispersa por vários pontos do centro da cidade, trazendo à tona velhos problemas que já pareciam ter sido solucionados.

CONCLUSÃO

De um modo geral, a economia informal é tomada como algo “não legal”, que não está devidamente registrada como atividade econômica. No entanto há casos em que a economia formal abre postos de trabalho informais, como acontece com algumas empresas registradas, em que parte de seus trabalhadores não possuem carteira assinada. No período anterior ä década de 1980 o trabalho informal era visto de forma negativa, como uma estratégia de sobrevivência, causada, sobretudo, pelo desemprego e pobreza. No entanto, a partir de 1986, a economia informal é positivada e passa a ser vista como meio de geração de renda. O “ïnformal” não é mais visto como atraso e pode-se considerar que a sua proliferação, é consequência de uma modernização técnica e econômica, com efeitos sócio-espaciais diferenciados, tal como pode ser observado no centro de Campos dos Goytacazes onde, o comércio vem se expandindo numa dicotomia constante entre geração de renda e ilegalidade. Percebe-se uma série de estratégias desenvolvidas visando a promoção de lugares e atração de investimentos.Há uma grande competitividade e a ela se impõe também a geografia, ocasionando uma guerra de lugares, através da promoção e da superprodução de oportunidades econômicas.

Instituição de fomento: FAPERJ/ Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: Economia, Informalidade e Trabalho

E-mail para contato: luanerubim@yahoo.com.br

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