quarta-feira, dezembro 14, 2011


Área do Conhecimento: Economia

TÍTULO

Luane Rubim Machado[1]
Hernán Armando Mamani[2]
Universidade Federal Fluminense

INTRODUÇÃO


O presente trabalho visa tratar da economia informal, tendo como eixo de análise, o comércio do centro de Campos dos Goytacazes, sobretudo a partir de 1998. Busca-se conhecer a relação entre Estado, economia e sociedade na configuração dos mercados de trabalho, considerando a complexidade que o termo trabalho informal e economia informal abrigam em sua definição e a questão de a interdependência entre os dois termos, não eliminar o fato de serem fenômenos distintos.
Percebe-se que é elevado o número de trabalhadores informais no Brasil, bem como em toda a América Latina, sendo necessário compreender as relações envolvidas neste processo e as possíveis implicações sobre o mercado de trabalho.Trazendo a discussão para a escala local, pode-se notar que as atividades informais no comércio de Campos, vêm se expandindo cada vez mais.O que torna o centro da cidade um atrativo para consumidores não só de diversos bairros e localidades do município, como também de cidades vizinhas. Tal abordagem é de grande relevância não somente pelas informações e análises que serão disponibilizadas acerca da economia local, mas também pela possibilidade das mesmas estarem contribuindo, para a formulação e implementação de políticas públicas por parte do governo municipal, que venham proporcionar melhorias nas condições de trabalho e segurança dos trabalhadores “informais”.


METODOLOGIA

A pesquisa acerca do tema abordado vem sendo realizada por meio exploratório e pesquisas bibliográficas, baseando-se na leitura de obras referentes à economia, geração de emprego e renda e mercado de trabalho. Sendo feita uma pesquisa documental e estatística com base na construção de um banco de dados, informações e indicadores sobre a economia regional e políticas públicas baseados em notícias da imprensa.
Outro método utilizado refere-se à observação direta e participativa, identificando a localização dos camelôs, as relações, tipo de atividades, produtos vendidos, bem como, grau de legalidade, problemas e conflitos entre os agentes envolvidos.
Cabe destacar ainda a utilização de entrevistas semi-estruturadas e não-estruturada, usando a caracterização das trajetórias ocupacionais, origem, escolaridade, expectativas e relação com o trabalho formal.
            O tratamento dos dados deverá ser feito através de contextualizações e presentificação, bem como análise comparativa. Cabe destacar ainda a utilização da história Oral, que se refere ao uso das entrevistas para recompor trajetórias profissionais de modo a identificar critérios que norteiam a ação e trajetórias ocupacionais táticas e estratégias que a orientam. Tal recurso será de grande relevância, na abordagem que deverá ser feita acerca dos apontamentos históricos e constitutivos do camelódromo, como um espaço de grande fluxo diário no centro de Campos dos Goyatacazes.

RESULTADOS


A partir da análise de dados divulgados pelo IBGE, pôde-se de perceber que a maior parte das empresas informais estão concentradas no sudeste, a composição dos empregados destas empresas se dá a partir de  trabalhadores por conta própria, pequenos empregadores, empregados com e sem carteira assinada e trabalhadores não remunerados. Quanto aos rendimentos, cerca de 93% das empresas informais são consideradas como lucrativas.
No que se refere à escala regional, encontra-se em andamento, a construção de um banco de dados, baseado em informações e indicadores do mercado de trabalho, das políticas públicas  e das relações não-formais de trabalho e produção. Percebe-se uma grande movimentação diária em torno do camelódromo que atrai consumidores locais e de municípios vizinhos. As empresas formais localizadas em seu entorno, possuem preços semelhantes, que podem atender o mesmo público-alvo,o que contribui para formação de um mercado com oferta de produtos e serviços voltados sobretudo para a classe popular, de forma concentrada no centro de Campos, onde um mesmo espaço é dividido entre atividades denominadas “legais” e “ilegais”
Através da construção do banco de dados, baseado em informações da imprensa, pôde-se acompanhar os constantes acontecimentos em torno da dinâmica local no camelódromo, acompanhada da ameaça de remoção dos trabalhadores daquele local, o que vêm ocasionando conflitos e reclamações.

Conclusões

De um modo geral, a economia informal  é tomada como algo “não legal”, que não está devidamente registrada como atividade econômica. No entanto há casos em que a economia formal abre postos de trabalho informais, como acontece com algumas empresas registradas, em que parte de seus trabalhadores não possuem carteira assinada.
A partir da década de 80, o tema veio sendo discutido numa análise que ultrapassa a esfera puramente econômica. Parte-se de uma abordagem de todo o contexto que envolve a reestruturação produtiva, globalização e neoliberalismo. Muitos estiveram sendo desempregados pela indústria, porém, não se formava mais o exército industrial de reserva, os trabalhadores não seriam absorvidos novamente. Seu trabalho seria substituído pelas diversas inovações tecnológicas que estariam otimizando a produção. Assim, o setor economia ou trabalho “informal”, passa a ser tratado como fator de desenvolvimento, gerador de trabalho e renda, diante da flexibilização e liberalização da legislação trabalhista. A informalidade passa a ser vista como conseqüência da regulação/desregulação estatal.
Dentro da dinâmica do trabalho informal em Campos, percebe-se uma série de estratégias desenvolvidas visando a promoção de lugares e atração de investimentos.Há uma grande competitividade e a ela impõe-se também a geografia, ocasionando uma guerra de lugares, através da promoção e da super produção de oportunidades econômicas.Sendo assim, torna-se relevante indagar qual seria a relação do comércio com  todo esse processo, para assim identificar a maneira como as políticas públicas podem estar intervindo.
No período anterior ä década de 1980 o trabalho informal era visto de forma negativa, como uma estratégia de sobrevivência,causada sobretudo pelo desemprego e pobreza.Cabe acrescentar o fato de ser considerado na época uma área de atuação que não exigia qualificação para ser exercida.No entanto, a partir de 1986, a economia informal é positivada e passa a ser vista como meio de geração de renda. Conforme explica Tavares (...) tudo é produzido pelo mercado. Até mesmo os serviços públicos devem cumprir a lógica da eficiência, mas, de modo antagônico, diversas instituições internacionais, como o Banco Mundial e o FMI tem apresentado um interesse pela economia informal, chegando a recomendar sua expansão como uma ação complementar ä assistência.Assim, o “ïnformal” não é mais visto como atraso.
Pode-se considerar que a proliferação da economia informal é efeito de uma modernização técnica e econômica, com efeitos sócio-espaciais diferenciados, tal como pode ser observado no centro de Campos dos Goytacazes onde o comércio vem se expandindo numa dicotomia constante entre geração de renda e ilegalidade.




[1] Departamento de Fundamentos de Ciências da Sociedade/ UFF
[2] Prof° Orientador. Departamento de Fundamentos de Ciências da Sociedade / Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional./ UFF


CONTEXTO ENERGÉTICO SUL-AMERICANO: OS CAMINHOS DA INTEGRAÇÃO REGIONAL

CONTEXTO ENERGÉTICO DE AMÉRICA DEL SUR: EL CAMINO DE LA INTEGRACIÓN REGIONAL

Luane Rubim Machado*
Diego Morett Ferreira**

Resumo

O presente trabalho visa analisar os limites e possibilidades de integração regional na América do Sul, amplamente disseminada desde o início da década de 1990, a partir do setor energético, um fator de grande importância para as projeções políticas e comerciais que culminaram na formação do MERCOSUL. A  “globalização e integração” passam a ser vistos como tendências de fundo das relações internacionais, ambos contribuindo para colocar em foco, o Estado Nacional como força profunda. A fim de se delimitar o tema abordado, é feito um estudo, acerca da política energética brasileira na América do Sul, analisando de forma particular a relação Brasil-Bolívia a partir do abastecimento de gás-natural, tendo em vista que a construção do gasoduto visava uma possibilidade de integração entre os dois países, que foi ameaçada, a partir da nacionalização de hidrocarbonetos feita pelo atual presidente Evo Morales.

Palavras – chave: integração- América do Sul – energia -  Bolívia





Resume

Este estudio tiene como objetivo examinar los límites y las posibilidades de la integración regional en América del Sur, generalizada desde principios de 1990, desde el sector de la energía, un factor de gran importancia para la política comercial y los proyectos que culminaron en la formación del MERCOSUR ."La globalización y la integración" se verá como las tendencias en el fondo de las relaciones internacionales, tanto ayudar a poner en el punto de mira, el Estado Nacional como una profunda energia.Con el fin de delimitar el tema, se realiza un estudio acerca de la política brasileña de energía en América del Sur, en particular el examen de la relación de la Brasil-Bolivia del suministro de gas natural, desde la construcción del oleoducto destinadas a una posibilidad de integración entre los dos países, que fue amenazado, a partir de la nacionalización de los hidrocarburos por el actual presidente Evo Morales.


Palavras – chave: integración -  América del Sur – energía -  Bolívia





















INTRODUÇÃO

Dentro do atual contexto de conflitos e crises em torno do abastecimento de petróleo e gás natural, a questão energética se apresenta como vital para todos os países da América do Sul, sejam eles grandes ou pequenos produtores e grandes ou pequenos consumidores. O setor energético é de suma importância para a sociedade, visto que são inúmeras as atividades vinculadas à geração, transmissão e comercialização de energia, sendo até mesmo considerado o sustentáculo do desenvolvimento nacional.
A América do Sul se constitui numa região do mundo de alto potencial de integração, o que se confirma a partir das razões abordadas por Herz (2004): como a geografia continental, cultura e línguas comuns ou muito próximas, baixa rivalidade interestatal e alto potencial energético. Neste último plano, em particular, se destacam gás, petróleo, hidroelétrica e biocombustível, cujo aproveitamento, depende parcialmente de processos de integração da infra-estrutura e economia.
Os processos de integração estão situados no contexto da globalização, que teve seu marco a partir da Segunda Guerra Mundial, com a existência definida de uma ordem bipolar global, que implicava simultaneamente, um conflito de sistemas (capitalismo versus comunismo). No entanto a partir da década de 90 “globalização e integração” passam a ser vistos como tendências de fundo das relações internacionais, ambos contribuindo para colocar em foco, o Estado Nacional como força profunda.
Para uma análise do contexto energético sul-americano, tornou-se necessário destacar algumas questões ligadas aos processos de globalização e regionalização, bem como suas implicações sobre a realidade da paisagem energética sul-americana. Tomamos portanto, este setor como um possível pilar de integração regional e a política externa brasileira como importante condutora neste processo.
A fim de se delimitar o campo de estudo, é feita uma análise  da relação Brasil-Bolívia a partir da construção do Gasoduto Gasbol como parte de uma possível ação estratégica regional brasileira, visando suprir sua necessidade de importação de gás natural e ainda, uma maior integração entre os dois países, sendo a mesma, ameaçada pela nacionalização de hidrocarbonetos feita pelo atual presidente Evo Morales.

1- Apontamentos acerca dos fenômenos da  “globalização” e “integração”

            Durante a Guerra Fria, a política americana foi fundamentada numa defesa incondicional contra a ameaça das potências, apoiando qualquer regime contrário ao comunismo no resto do mundo, seja em ditaduras ou democracias. Com isso os EUA se aliaram predominantemente com as ditaduras de várias partes do globo, entre os fins das décadas de 1940 e 1970. Particularmente na América Latina, estiveram apoiando diversos golpes militares. Esta aliança dos EUA com regimes autoritários explica, em parte, o antiamericanismo de diversos países latino-americanos nos dias de “hoje”.
            Os processos de integração estão situados no contexto da globalização, que teve seu marco a partir da Segunda Guerra Mundial (LEIS, 2007).  A década de 1950 começou com a existência definida de uma ordem bipolar global, que implicava simultaneamente, um conflito de sistemas (capitalismo versus comunismo) e um conflito interestatal entre superpotências (EUA versus União Soviética).
A partir de suas análises, Cervo (2007) considera que os integracionalistas, que buscavam compreensão para a transição da ordem internacional da Guerra Fria, em direção às questões internacionais dos anos 1990, insistiram sobre o fenômeno da globalização, mas o aproximavam de outro fenômeno, a integração, visto que se estabelecia uma espécie de disputa entre ambos, na suposição de que dessa disputa haveria de resultar o equilíbrio no controle da ordem. De todo modo, esses dois fenômenos eram vistos como tendências de fundo das relações internacionais, ambos contribuindo para colocar em foco, o Estado Nacional como força profunda.
            Dentro desta ótica, Cervo (2007) trabalha suas reflexões em torno de duas idéias centrais. Na primeira, analisa as duas tendências das relações internacionais de 1990 aos nossos dias, sendo elas, a globalização e integração, e o papel que desempenham os Estados Nacionais nesse contexto, tomando nexo entre tais fenômenos na América do Sul, à luz das experiências históricas regionais, com o fim de estabelecer modelos para análise das relações internacionais da região. Considera ainda que a explosão das torres gêmeas em 2001 não abalou apenas os Estados Unidos, mas pela importância que lhe atribuiu a primeira potência global, tornou-se problema de todos.

A experiência neoliberal da América Latina foi tão desastrosa, que revelou a ideologia sobre a qual se fundava a crença de intelectuais e políticos acerca da capacidade ilimitada do mercado, em prover o desenvolvimento e o bem-estar e até mesmo, o fortalecimento econômico. Por outro, a crise do multilateralismo, que também reverteu a tendência de reforçar a globalização por meio de instituições, regimes e ordenamentos universais no campo do comércio, das finanças, da segurança, dos direitos humanos, do meio ambiente etc. (CERVO, 2007, p. 3)

A América do Sul se encontrava deteriorada no que se refere às suas condições sociais e econômicas provocadas pelas experiências neoliberais. Foi nesse contexto que houve o retorno da importância do Estado Nacional, que por sua vez, encontrou condições favoráveis no ambiente internacional.
O território sul-americano, contudo, não apresenta unidade de conduta em termos de política exterior ou modelo de inserção internacional no século XXI, como tivera na última década do século XX. Não se situam da mesma maneira no contexto da globalização, e este aspecto deve ser levado em conta no momento de se definir as estratégias e metas da política externa brasileira.
Soma-se a isso, um fato destacado por Leis (2007), considerando que a partir da perspectiva da atual globalização, a América do Sul se apresenta como uma região em relativo declínio, especialmente quando seus países são comparados com o desenvolvimento de outros, que possuem condições sócio-econômicas semelhantes, estando situados na Ásia e no Leste Europeu.
Para compreender a dinâmica da América do Sul é necessário partir de uma análise da evolução dos países, na perspectiva de avaliar o quanto, eles se aproximaram dos pressupostos da democracia e da economia de mercado. A experiência internacional mostra, também, que esses pressupostos se constituíram em poderosas ferramentas para o crescimento econômico dos países que os adotaram e consolidaram, revelando ainda, que esses pressupostos são fundamentais para que sejam bem sucedidos os esforços de integração regional.
Segundo Galvão (2007) a organização de um espaço sul-americano deverá passar por uma integração energética, como houve na Europa das décadas de 1950 e 1960, depois do marco da democracia, este seria o fator mais importante de aproximação entre os países sul-americanos. Devendo buscar-se ainda a criação de esforços multilaterais e formulação de iniciativas regionais como a União Sul-americana e uma Carteira Energética Sul-americana, que aumentam as possibilidades do estabelecimento de um controle pleno sobre a soberania e independência dos Estados e governos da América do Sul.

1.2- Paisagem energética sul-americana

A vinculação existente entre energia e integração regional pode se traduzir em oportunidades de cooperação, mas também em momentos de conflitos. Isto irá depender da forma como se darão as negociações entre os países vizinhos e dos interesses que estão em jogo. Para Leis (2007) o potencial de integração energética poderia ser viabilizado com políticas realistas e progressivas, que envolvam necessariamente atração e garantias ao investimento estrangeiro e cooperação entre os estados. Não é isto que vem ocorrendo na região, já que a política do continente interna e externa tem uma forte marca do oportunismo do curto prazo e da insegurança dos contratos, sendo estes, derivados da baixa qualidade da cultura política democrática.       
O aproveitamento dos recursos energéticos da América do Sul, depende parcialmente de processos de integração da infra-estrutura e economia. Para Herz (2004) o potencial da região inclui: gás argentino e boliviano para Chile; gás boliviano para Brasil; gás peruano e boliviano para exportação transcontinental de gás liquefeito; petróleo e gás venezuelano para Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile; biocombustiveis e hidroelétrica brasileira para vários paises sul-americanos e para outros continentes.
A partir de suas análises, Galvão (2007) considera que a eclosão da temática energética na agenda sul-americana não é algo novo no século 21. Pelo contrário, configura-se como mais um episódio do caminho integrativo latino-americano que, desde a década de 1970, tem procurado orientar-se através das oportunidades para o desenvolvimento nacional. Ao aceitarem os desafios surgidos com a valorização da temática energética no ambiente internacional, os países sul-americanos aproveitaram uma onda criadora e transformadora das relações internacionais.
A efervescência política e diplomática que marca os eventos atuais da América do Sul, como possibilidades advindas da força do petróleo e dos biocombustíveis, que culminaram na I Cúpula Energética Sul-americana e do Caribe [1], conduzem os internacionalistas a compreenderem as origens, motivações, idéias e decisões que compõem o quadro da política do poder regional (Galvão, 2007). Nesse sentido, trata-se de olhar para o passado e projetar a evolução do sistema de relações em que estão inseridos os países sul-americanos para melhor se entender o que vem adiante.
Os fatores energéticos como petróleo, gás natural e elementos radioativos só ganharam notoriedade e importância com a revolução tecnológica das décadas iniciais do século 20, fazendo parte de uma característica mais abrangente denominada “recursos naturais”.
No caso sul-americano os caminhos da integração energética, encontram varias opções para a sua consecução. Como discorre Galvão (2007) poderiam ser: regime energético comum, um complexo de segurança energética regional e uma comunidade energética sul-americana, mas que parecem ter sido esquecidos durante as negociações levadas a cabo na I Cúpula Energética Sul-americana e do Caribe, na qual, o presidente venezuelano expõe o seguinte argumento:

Tenemos que asegurar que nuestros países de Suramérica y del Caribe tengan energía segura y cercana por lo menos por este siglo, mientras tanto, debemos dedicar un gran esfuerzo científico y de investigación tecnológica, para asegurarle a nuestros descendientes un modelo energético racional, porque algún día el petróleo se va a acabar.
(Pronunciamento do presidente da Venezuela Hugo Chavez no Programa dominical Aló Presidente Nro. 282. Apud GALVÃO, 2007, p.18).

Assim, pode-se compreender que a I Cúpula Energética Sul-Americana e do Caribe, foi convocada para avaliar novas opções de potencializar a união regional e revisar os mecanismos multilaterais que têm sido criados para tal fim. Especificamente, se buscou aprofundar o multilateralismo energético. As linhas definidoras da I Cúpula energética foram: Integração de infra-estrutura energética, conformação de um bloco de poder sul-americano e tratamento das fontes energéticas regionais. Busca-se ainda a Extensão da agenda pela inclusão de outros temas como questão social e ideológica.
Criou-se, portanto, toda uma expectativa e uma série de discussões acerca da questão energética, sobretudo, em torno de dois vetores: a) vetor da competição e b) vetor da complementaridade.

Pavimentar os caminhos da união sul-americana é aproximar os espaços amazônico e pacífico por meio de medidas concretas e factíveis. É um esforço de entendimento do nexo que se estabelece entre a crescente demanda energética mundial, a tendência à securitização de alguns setores da sociedade, como ambiental e energético, e o processo de integração regional levado a cabo pelos países sul-americanos há varias décadas.                                                                      (GALVÃO, 2007, p.2)

            A possibilidade de se fortalecer os laços políticos e econômicos, por meio do setor energético, como considera Galvão (2007) está amparada ideologicamente em uma “solidariedade energética sul-americana” que perde ressonância quando equilibrada pelo socialismo do século 21” de Hugo Chavez. Logo, o panorama energético regional torna-se indefinido, a partir do momento que não se estabelecem vínculos de confiabilidade que pautem as relações internacionais sul-americanas.

2- A Política Energética Brasileira na América do Sul

No que se refere ao setor energético brasileiro, Galvão (2007) afirma que o Brasil possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, já que 35,9% são provenientes de fontes renováveis, destacando-se o setor hidrelétrico, como um dos maiores de todo o planeta. Soma-se a isso, suas dimensões, territorial, demográfica, econômica e política – o Brasil ocupa necessariamente um lugar central no processo de integração sul-americana. Pode-se notar diversas atitudes tomadas pelo governo brasileiro, que manifestam sua ação subimperialista neste território, estando em jogo, diversos interesses, sobretudo referentes ao setor energético.
 Além dos Complexos Energéticos Sub-regionais, a participação brasileira abre portas para se pensar em um Complexo de Segurança Energética do Atlântico Sul, incluindo países energéticos do continente africano, como Nigéria e Argélia, o que lançaria a América do Sul com um peso diferenciado nas relações internacionais (GALVÃO, 2007). O autor busca descrever a situação do Brasil diante da questão energética através da discussão de quatro vetores.
O primeiro se refere ao crescimento significativo das preocupações mundiais em torno do aquecimento global e a conseqüente necessidade de se reduzir as emissões de CO2, que estimulam a retomada de geração de eletricidade a partir de fontes limpas. Neste aspecto, o Brasil pode aproveitar seu potencial hidrelétrico e de outras fontes renováveis para liderar discussões em foros multilaterais e ampliar seu poder barganha internacionais.
O segundo vetor traz a seguinte abordagem: como se vive num mundo globalizado de grande competição econômica e de poderosas Empresas Transnacionais (ETNs), é fundamental como alicerce de qualquer política externa, fazer avançar seus interesses por meio da atuação destas empresas no contexto global. A Petrobrás, por exemplo, é vista por Galvão como um instrumento importante na arquitetura energética mundial.
O terceiro vetor mostra que o desenvolvimento mundial do biodiesel e a viabilidade de uso do álcool combustível criam uma demanda garantida que torna o Brasil um importante ator no mercado internacional de biocombustiveis. Tal posição tem sido consolidada cada vez mais ao encerrar importantes acordos regionais com seus vizinhos e também com os Estados Unidos e Japão. Vale lembrar que o Brasil concentra 36% da produção mundial de álcool combustível, à frente dos EUA, que detém 33% dos 42 bilhões de litros produzidos em 2005.
Em quarto lugar, o Brasil é favorecido pelo clima e pelo solo para o aumento da produção de bicombustíveis, especialmente os das oleaginosas. Neste aspecto existem divergências sobre os impactos ao meio-ambiente deste tipo de postura energética de ampliação dos espaços cultiváveis. Não obstante, vale ressaltar que, a crescente demanda por álcool no mercado mundial, devido a aspectos ambientais ou econômicos, representaria, por exemplo, um acréscimo de 5% na composição da gasolina usada em outros países, o que já seria suficiente, como aponta Pires (2006), para que a produção atual dobrasse nos próximos cinco anos, fazendo do Brasil uma “Arábia Saudita” do álcool no mundo.
Em quinto lugar, Galvão (2007) destaca que o Brasil pode se aproveitar da forte e quase infinita tendência mundial de crescimento da demanda por energéticos provenientes de fontes renováveis, para se tornar referência em conhecimento técnico especializado, podendo realizar acordos de cooperação tecnológica de alto nível.
Assim, a produção e a exportação de bicombustíveis, bem como o aprofundamento de pesquisas sobre novas fontes energéticas e a exploração de fontes renováveis, transformam-se em alicerce estratégico da política externa brasileira, devendo ser considerados pelo Itamaraty nos processos de negociação. Contudo, Galvão (2007) destaca, que ainda parece estar longe de se pensar no Brasil como uma potência energética mundial, sobretudo pela ausência de um interesse nacional claramente definido nisso. O esgotamento da matriz energética associada aos combustíveis fósseis traz duas questões, a busca por alternativas energéticas e a intensificação do domínio das fontes tradicionais de energia.
Historicamente, no Brasil, não existiu uma sinergia entre sociedade, formuladores de política energética, executores e negociadores políticos. No entanto, esta realidade parece estar sendo alterada, tanto no plano interno como no internacional. Os destinos da diplomacia brasileira parecem estar sendo modificados pelo dinamismo do setor energético, que vem se apresentando como fator impulsionador.
Percebe-se que o espaço público vem ganhando força nas discussões sobre as relações internacionais do Brasil e com isso a política externa passa a ser matéria da nação. O fato de os países sul-americanos terem criado certo descrédito acerca das idéias do Consenso de Washington e a tomada de consciência dos limites do paradigma neoliberal[2], fizeram com que os mesmos recuassem, visando propostas mais realistas e pragmáticas de inserção internacional.

A confluência dos planos geopolíticos e geoeconômicos, como definidores da nova ordem internacional, faz com que os recursos naturais sejam percebidos como força motriz da expansão da sociedade internacional. Não existe uma disjunção entre competição interestatal e capitalista, uma vez que as grandes empresas transnacionais do setor energético dependem fortemente de uma base nacional para a consecução dos seus interesses transnacionais. Aprofundam-se, portanto, os laços entre territorialidade e projeções globais de poder. Em suma, Brasil e América do Sul testemunham a energia como uma nova dimensão da segurança internacional que precisa fazer parte de seus cálculos estratégicos e da definição de linhas de ação internacional.  
                                                                           (GALVÃO, 2007,p.20).


Assim, percebe-se que diante dos atuais acontecimentos, torna-se necessário avaliar a atuação da política externa brasileira, revendo as prioridades instituídas pelo governo e pelo Itamaraty, tendo em vista, sobretudo, o fato de a América do Sul demonstrar-se como cenário propício para inserção internacional do Brasil.

3- Análise da realidade Brasil – Bolívia a partir do abastecimento de gás natural

Considerando as questões até aqui, analisadas, pode-se destacar a relação Brasil-Bolívia, como um caso particular da geopolítica brasileira assentada na questão energética.
       A atuação da Petrobras na Bolívia visou, uma integração do mercado de gás e petróleo nos países sul-americanos, conforme está previsto em seu plano de desenvolvimento estratégico. Foi instalada em 1995, entrou em funcionamento em meados de 2006 e em menos de 10 anos tornou-se a maior empresa do país, tendo grande participação PIB nacional, e na arrecadação total de impostos.

FIGURA 1. Mapa do gasoduto Brasil- Bolívia ( Gasbol)
Fonte: http://www.petrobras.com.br/atuaçãointernacional acesso 24 de julho de 2006.

A construção do Gasbol (gasoduto Brasil-Bolivia) foi um marco importante no processo de aproximação entre estes dois países. De acordo com Vogt (2001) através do Gasbol, o Brasil recebe grande quantidade de gás natural da Bolívia, que corresponde a cerca de 51% do total utilizado. A figura 01 ilustrada acima, mostra os locais por onde passa o gasoduto Brasil-Bolívia e os locais no Brasil para onde esse gás é distribuído.
A ênfase no gás natural se deu pelo fato de a Bolívia possuir grandes reservas e por ser um recurso que o Brasil necessita e ainda não produz em quantidade suficiente para o abastecimento de todo o país.
Em maio de 2006, Evo Morales anunciou a nacionalização de hidrocarbonetos, na busca de alcançar uma série de benefícios para o país, como destaca Borges (2006): a preservação da estabilidade macroeconômica, obtenção de apoio de Hugo Chávez e Fidel Castro graças às estatizações, a viabilização da assinatura de um pacto socialista de comércio e cooperação regional, além do aumento na arrecadação total de impostos sobre a exploração e produção dos hidrocarbonetos de 50% para 82%.
Contudo, Borges (2006) destaca que, há especulações de que tal nacionalização poderia trazer também conseqüências negativas para a Bolívia, pois certamente, haveria possibilidade de oposição dos governos dos EUA e de outros países que possuem empresas em seu território; bem como o Término das discussões sobre a formação da comunidade andina das nações; dificuldades do país em gerir a produção do petróleo e sanções econômicas à Bolívia por parte dos países que exploram petróleo no local.
Embora por diversas vezes, Evo Morales, tenha tomado medidas que iriam contra os discursos feitos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a nacionalização, que culminou na saída da Petrobras daquele país, não chegou a provocar uma “crise” concreta entre Brasil e Bolívia. O que  houve foram desavenças que puderam ser resolvidas levando em conta uma ação diplomática que não comprometesse a política externa brasileira na América do Sul.
Contudo, é inegável que a Petrobras não saiu bem sucedida nesta história, pelo menos na opinião pública boliviana. Surgiram diversas especulações de que suas ações naquele país estavam baseadas na obtenção de lucros ilícitos, sendo que, tal questão, jamais foi comprovada. O que se sabe ao certo é que os lucros, na verdade eram extraordinários, porém é também considerável o fato de a Petrobras ter inovado tecnologicamente o setor de exploração e produção de hidrocarbonetos, lhes dando uma dinâmica jamais vista, sobretudo porque até então, eram obsoletos e pouco operantes.
A partir das medidas, pode-se dizer que o governo boliviano acelerou as complexas negociações para assumir o controle de duas refinarias da Petrobras, por US$ 70 milhões, menos da metade dos US$ 160 milhões solicitados pela empresa brasileira[3]. As refinarias em questão são Gualberto Villarroel, de Cochabamba, e Guillermo Elder, de Santa Cruz. Para Lopes (2007)[4], estas duas refinarias acabaram sendo compradas pelo governo boliviano, no dia 11 de maio de 2007 por US$ 112 milhões.
             De acordo com a Petrobras[5], durante a sua gestão nas unidades na Bolívia, os investimentos "otimizaram os processos" e permitiram o aumento de capacidade das refinarias.
Para o Ministério das Relações Exteriores, as decisões unilaterais da Bolívia sobre o monopólio na exportação de petróleo e gasolina, que afetam a Petrobras, poderiam causar um “impacto negativo na cooperação entre os dois países”. No entanto, a situação veio se normalizando. De acordo com Oliveira (2008) o governo brasileiro não possui atualmente nenhuma queixa em relação à Bolívia, que vem sempre cumprindo o contrato assinado com a Petrobras , que prevê a entrega de cerca de 30 milhões de metros cúbicos diários de gás natural até 2019.
O Brasil dispõe de capital e tecnologia, globalmente competitivos em todos os setores ligados à indústria petrolífera e possui atualmente grandes perspectivas em relação a oferta de gás natural na bacia de Santos e a prevista com a exploração do pré-sal[6], no entanto ainda há um grande interesse em continuar importando o Gás boliviano, sobretudo, por este, ser considerado “um bom negócio”.



CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se concluir que é imprescindível considerar a integração energética sul-americana como uma necessidade geopolítica frente ao cenário internacional e o Brasil, como um possível condutor neste processo, através da atuação internacional da Petrobras que tem ampliado, de forma muito rápida a sua atuação neste sub-continente.
A Energia é um fator de grande importância frente ao cenário econômico mundial. É um recurso que movimenta a economia e gera conflitos, podendo ser um fator de aproximação ou então de atrito nas negociações entre os países, como foi o caso da relação Brasil-Bolívia, frente ao nacionalismo implementado no governo de Evo Morales.
Deve-se atentar para o fato de que há uma necessidade de se superar a grande heterogeneidade de interesses entre os países sul americanos, visto que contribui para a diminuição do grau de aprofundamento da integração.
Pode-se dizer que as origens e atualizações da questão energética, na região, apontam para uma valorização e resgate do acúmulo histórico como parte de um quadro explicativo sobre o presente. A conformação de uma verdadeira comunidade de nações da América do Sul, que seja símbolo de liberdade e glória, parece refletir cada vez mais a extensão territorial do subcontinente e as riquezas nele presentes.

REFERENCIAS

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CÂMARA. Marcelo Argenta. Bolívia: de 1952 ao século XXI: Processos sociais, Transformações políticas. In Bolívia: De 1952 ao século XXI/ Brasília: Fundação Alexandre Gusmão; Instituto de Pesquisa de Relações internacionais, 2007.p.156 ( coleção América do Sul)

CEDIB. Série Informativa: Datos sobre la gestión de los recursos naturales, n.3- Tierra y Territorio. Cochabamba, Bolívia: CEDIB, 2005. apud Câmara (2006, p.68)

CERVO, Amado Luiz. Globalização, integração e Estado Nacional no mundo contemporâneo. Trabalho apresentado no 1o Encontro Nacional da Associação Brasileira de Relações Internacionais – ABRI, entre os dias 25 e 27 de julho de 2007, na cidade de Brasília.

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* Pós–Graduanda em Ensino de Geografia e Licenciada em Geografia pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Campos dos Goytacazes/RJ- IFF, bacharel em Serviço social pela Universidade Federal Fluminense – UFF, professora de geografia na rede municipal de ensino de São Francisco de Itabapoana – RJ. E-mail: luanerubim@yahoo.com.br
** Pós – Graduando em Ensino de Geografia e Licenciado em Geografia pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Campos dos Goytacazes/RJ- IFF, professor na rede privada de ensino em Campos dos Goytacazes – RJ. E-mail: diegomorett_7@hotmail.com
[1]A I Cúpula Energética Sul-americana e do Caribe ocorreu na  Ilha de Margarita na Venezuela entre os dias 16 e 18 de abril de 2007.Buscava-se tratar da questão energética no que se refere ao comércio e abastecimento entre os países vizinhos, no sentido de criar estratégias de cooperação mútua entre os mesmos, e traçar planos de projetos comuns. Um dos resultados obtidos foi a criação de um escritório permanente em Quito, no PEIXOTO, Flávia. Cúpula Energética sul-Americana começa com parceria entre Brasil e Venezuela.2007 Disponível em    acesso dia 15 de agosto de 2007 às 21:56.

[2] Parte-se do pressuposto de que o neoliberalismo é um sistema econômico que prega a intervenção mínima do Estado na economia, deixando o mercado se auto-regular com total liberdade. O mercado é quem dita as regras e conduz a produção. Este tipo de pensamento pode ser representado pela privatização e pelo livre comércio. Informação disponível em acesso em outubro de 2007.
[3]Informação coletada na Gaceta Oficial de Bolivia, Ministério de La Presidencia.
[4] Repórter da Agência Brasil
[5] Atuação Internacional da Petrobras:
disponível em: http://petrobras.com.br/espaçoconhecer  Acesso no dia 23 de junho de 2006.
[6] A Chamada camada pré-sal é uma faixa que se estende ao longo de 800 quilômetros entre os Estados do Espírito Santo e Santa Catarina, abaixo do leito do mar, e engloba três bacias sedimentares (Espírito Santo, Campos e Santos). O petróleo encontrado nesta área está a profundidades que superam os 7 mil metros, abaixo de uma extensa camada de sal, segundo geólogos, conservam a qualidade do petróleo.Vários campos e poços de petróleo já foram descobertos no pré-sal, entre eles o Tupi, o principal. Há também os nomeados Guará, Bem-te-vi, carioca, Júpter e Iara, entre outros. Informação disponível em   acesso dia 16 de fevereiro de 2009.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
PROPOSTA  DE TRABALHO AVULSO


SEÇÃO TEMÁTICA : INTEGRAÇÃO REGIONAL



PROJETO GEOPOLÍTICO DE INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA NO CONE SUL: ATUAÇÃO DA PETROBRAS NA BOLÍVIA

A incessante busca dos governos brasileiros de constituição de um “Brasil Potência” ganha novo impulso diante da atual configuração do mundo pós-guerra fria. Numa era de globalização e formação de blocos econômicos, percebe-se uma mobilização do atual governo brasileiro, sob liderança do presidente Luís Inácio Lula da Silva, que tem implementado uma série de ações políticas no sentido de projetar o país, de forma positiva, junto à comunidade internacional, como líder na construção e condução do bloco sul-americano de nações, objetivando uma maior participação do Brasil, junto às questões políticas e econômicas do cone-sul.
Dentre os objetivos geopolíticos para o país, no início do século XXI, estão as políticas de afirmação e ampliação do Mercosul, que se constitui numa das mais importantes iniciativas de integração econômica fora da influência direta das economias mais avançadas do mundo atual.
Este trabalho procura analisar o papel da Petrobras como importante condutora no processo de integração energética regional e sua contribuição em difundir a liderança do Brasil junto aos demais países latinoamericanos configurando-se numa empresa-chave da projeção de poder geopolítico brasileiro. Utilizaremos como referência a participação da Petrobras na exploração de gás natural boliviano, os avanços e conflitos na relação entre o Brasil e a Bolívia, sobretudo nos governos de Luís Inácio Lula da Silva e Evo Morales.
 É inegável que a expansão da economia brasileira, de fato, acaba por fortalecer o  papel geopolítico do país no cone sul, com isto vem alimentando desconfianças entre os vizinhos, acerca do que se fará com esse poder. Sendo assim, para que  se concretize o sonho de Simon Bolívar da Integração regional, será necessário ainda um grande esforço diplomático envolvendo o Brasil e seus vizinhos, principalmente porque uma América fragmentada tem servido historicamente apenas aos interesses dos países centrais.
AUTORES:
LUANE RUBIM MACHADO*
CARMEN LÚCIA CLEMENTE MACIEL MOURA**
SYNTHIO VIEIRA DE ALMEIDA***

*Graduando em Geografia no Centro Federal de Educação Tecnológica de Campos e Serviço Social na Universidade Federal Fluminense.
** Graduando em Geografia no Centro Federal de Educação Tecnológica de Campos e graduada em serviço Social pela Universidade Federal Fluminense.
***Prof. Ms: do Centro Federal de Educação Tecnológica de Campos e Faculdade de Filosofia de Campos.

Obs.: Os três autores desenvolvem no Cefet-Campos, uma pesquisa científica de iniciação científica sobre as Relações internacionais na geopolítica do petróleo. 

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL DE CAMPOS











OS DESCAMINHOS DA LEGALIDADE: UMA ANÁLISE DO TRABALHO INFORMAL NO COMÉRCIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES







LUANE RUBIM MACHADO


























CAMPOS DOS GOYTACAZES-2007
I- IDENTIFICAÇÃO

Endereço: Avenida Pelinca, Edifício Lagoa Dourada, bloco 7, apto 1301
Telefone: (22)99025957/ (22) 38613400

II- OBJETO

Economia informal no comércio do centro de Campos dos Goytacazes no período de 1998- 2007.

III- OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar as questões instrínsecas  à configuração  e regulação da economia informal no mercado de trabalho, tendo como objeto o comércio informal no município de Campos dos Goyatacazes.

Objetivos específicos

  • Apresentar  diferentes abordagens conceituais acerca da problemática da informalidade;
  • Categorizar a origem da economia informal em diferentes momentos;
  • Abordar a história e precedentes do camelódromo de Campos dos Goyatacazes;
  • Conhecer o perfil dos trabalhadores deste mercado;
  • Conhecer as estratégias utilizadas;
  • Analisar as relações estabelecidas entre os “camelôs” e o município;
  • Investigar o tipo de regulação e políticas voltadas para esta categoria;
  • Destacar a importância da pesquisa para o serviço social;


IV- QUADRO TEÓRICO

A economia informal é um conceito com diferentes definições e até mesmo imprecisões. De um modo geral, é tomada como algo “não legal”, que não está devidamente registrada como atividade econômica, criando portanto empregos “informais”. No entanto há casos em que a economia “formal” abre postos de trabalho “informais”, como acontece com algumas empresas registradas, em que parte de seus trabalhadores não possuem carteira assinada.
Conforme MAMANI (2004), a informalidade é um fenômeno que facilita a inserção da classe popular no mercado de trabalho. No entanto não deve considerada como sendo simples resultado do desemprego e da pobreza, mas sim um fenômeno mais complexo, que surge a partir das transformações ocorridas no mercado de trabalho.
A proliferação da economia informal se constitui num efeito da modernização técnica e econômica, com efeitos sócio-espaciais diferenciados, tal como pode ser observado no centro de Campos dos Goytacazes, onde o comércio vem se expandindo numa dicotomia entre geração de renda e ilegalidade.
            Durante as décadas de 60 e 70 os diversos estudos acerca do “setor informal”, voltavam-se para um conjunto de atividades tradicionais e populares , resultante do grande êxodo rural, a partir do qual, imigrantes seguiam em direção aos centros urbanos em busca de melhores condições de vida e ao se deparar com as deficiências na geração de empregos e sua falta de qualificação para o mercado de trabalho urbano, acabavam se constituindo num aglomerado marginalizado, habitantes das favelas, que se utilizavam do setor informal, como uma alternativa de sobrevivência., já que não possuía grandes exigências ou restrições para os trabalhadores envolvidos.Assim, o trabalho informal era visto como efeito do atraso econômico ou subdesenvolvimento, devendo ser combatido pelas políticas públicas.
Uma forma de abordar a questão da informalidade  é mediante o conceito de economia popular. Segundo Icaza & Tirba:
..tendo os trabalhadores a posse e/ou a propriedade individual ou associativa dos meios de produção, ao invés do emprego da força de trabalho “alheio", o princípio é a utilização da própria força de trabalho para garantir não apenas a subsistência imediata como também para produzir um excedente que possa ser trocado, no mercado da pequena produção mercantil, por outros valores de uso. Não se caracterizando pelo investimento de capital, mas pelo investimento em força de trabalho, o trabalho se constitui no principal fator de produção, constituindo-se como a gênese e, ao mesmo tempo, resultado do conjunto dos demais fatores do processo de produção de bens e serviços.  (Icaza e Tiriba, 2003: 104).

Partindo do pressuposto de que a sociedade, de certo modo, considera que economia popular é referente ao “pobre”. Analisando por este viés, pode-se entender a “informalidade” como sendo um fenômeno que facilita a inserção destes, na economia. Trata-se então de uma estratégia de trabalho e até mesmo de sobrevivência, tal como era visto nas teorias da década de 60 e 70.
De acordo com Mamani ( 2004) em 1972, o conceito de setor informal, foi enunciado  pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), refletindo  a preocupação, por parte de economistas dos órgãos internacionais, com os limites da modernização e do desenvolvimento nos países do terceiro mundo, em cujos mercados de trabalho conviviam tanto atividades modernas como tradicionais, constituindo-se estas últimas, em obstáculo à modernização. A solução envolveria a superação da pobreza e a eliminação de entraves ao desenvolvimento econômico, pela supressão de setores e práticas econômicas não modernas. O conteúdo do conceito é anterior a sua formulação, sustenta-se numa concepção dualista da economia nos países periféricos.
Mamani (2004) afirma ainda que o conceito de setor ou economia informal apresenta, dificuldades empíricas e teóricas, pela imprecisão dos fenômenos que define e por estar marcado por uma história de críticas e mudanças de significado. Seu uso, corrente, continua sem definir, com clareza a relação da economia informal com  a estrutura social,  modernização e com a urbanização.
A partir da década de 80, o tema veio sendo discutido numa análise que ultraspassa a esfera puramente econômica. Parte-se da análise de todo o contexto que envolve a reestruturação produtiva, globalização e neoliberalismo. Muitos estiveram sendo desempregados pela indústria, porém, não se formava mais o exército industrial de reserva, visto que não seriam absorvidos novamente. Seu trabalho seria substituído pelas diversas inovações teconológicas que estariam otimizando a produção. Neste sentido, o setor economia ou trabalho “informal”, passa a ser tratado como fator de desenvolvimento, gerador de trabalho e renda, diante da flexibilização e liberalização da legislação trabalhista. A informalidade é vista como conseqüência da regulação/desregulação estatal.
No entanto, ao se analisar a configuração dos mercados de trabalho deve-se analisar a regulação social que se dá a partir da operação de projetos táticas e estratégias dos sujeitos sociais ( camelôs) envolvidos.
Conforme (Lefebvre, 1999) pode-se perceber que,o modelo neoliberal tem levado à uma certa precarização da vida. Assim, algumas pessoas são obrigadas a se voltar para antigas e novas formas de trabalho. Diante da crise estrutural do emprego, alguns têm buscado a associatividade, organizando cooperativas e grupos de produção, já outros têm se apresentado individualmente no mercado de trabalho, fazem do espaço da rua o seu local de trabalho, como é o caso de muitos trabalhadores da cidade de Campos dos Goytacazes.
Pode-se referir ainda à problemática de trabalho informal na teoria dos circuitos de Milton Santos. Circuito, seria:
....uma denominação da economia que se forma a partir da segmentação e diferenciação sócio-econômica metropolitana regional, contribuindo com uma rede de cooperação, de extensão e localização variáveis. Deste modo estaria abrangendo várias áreas, como a produção, o financiamento, a distribuição e a comercialização e relacionando tanto os consumidores, de acordo com seu poder de compra e tipos de necessidades, quanto os trabalhadores, sua renda e qualificação, envolvendo ainda as empresas e os empresários, segundo o tamanho, as características técnicas e organizacionais, os modos de financiar-se e as características das relações de trabalho e produção, conforme se aproximem ou se distanciem das relações monopolistas. (Mamani, 2006)

 Cada circuito é definido tanto pelo “conjunto das atividades realizadas” e pelo “setor da população” que se liga a ele, essencialmente pela atividade e pelo consumo” (Santos, 1979). Podem ser tipificados dois circuitos, “superior” e “inferior”.  O importante aqui   é que a metrópole e região unificam e articulam processos econômicos diversos e formalmente contraditórios, favorecidos e potencializados pela extensão, diferenciação e a segmentação. A modernização, em metrópoles e regiões extensas e diversificadas, multiplica-se em efeitos locais diferenciados e distantes dos seus primeiros propósitos. Quer dizer que a cada modernização surgem “novas formas de atraso” Santos (1990) de um processo de “involução metropolitana”ou megalopolitana..
No universo desta teoria, o termo “circuito” seria uma denominação da economia que se forma a partir da segmentação e diferenciação sócio-econômica metropolitana regional, contribuindo com uma rede de cooperação, de extensão e localização variáveis. Deste modo estaria abrangendo várias áreas, como a produção, o financiamento, a distribuição e a comercialização e relacionando tanto os consumidores, de acordo com seu poder de compra e tipos de necessidades, quanto os trabalhadores, sua renda e qualificação, envolvendo ainda as empresas e os empresários, segundo o tamanho, as características técnicas e organizacionais, os modos de financiar-se e as características das relações de trabalho e produção, conforme se aproximem ou se distanciem das relações monopolistas.
Portanto, cada circuito é definido tanto pelo “conjunto das atividades realizadas” e pelo “setor da população que se liga a ele,essencialmente pela atividade e pelo consumo”
Resumindo pode-se afirmar que a reestrutração produtiva corresponde, também a uma reestrutração sócio-espacial, a uma nova divisão regional do trabalho, na qual a política, ou melhor, as diversas instâncias estatais, concorrem na promoção dos lugares e constituição de condições propícias para promover sua rentabilidade.
Resumindo pode-se afirmar que a reestrutração produtiva corresponde, também a uma reestrutração sócio-espacial, a uma nova divisão regional do trabalho, na qual a política, ou melhor, as diversas instâncias estatais, concorrem na promoção dos lugares e constituição de condições propícias para promover sua rentabilidade. O autor usa o  termo ‘políticas públicas’ para destacar as ações governamentais que visam à promoção da rentabilidade regional e a atração de investimentos, considerando que contribuem para a estruturação dos mercados regionais de trabalho. Por outro lado essas políticas estatais e econômicas promovem um reordenamento das práticas sócio espaciais, segundo uma nova hierarquia, no caso, novos circuitos.
 A competitividade impõe-se também à geografia, ocasionando uma guerra de lugares, através da promoção e da super produção de oportunidades econômicas.
Sendo assim, torna-se relevante indagar qual seria a relação do comércio com  todo esse processo, para assim identificar a maneira como as políticas públicas podem estar intervindo.
De acordo com os  relatórios do Programa regional de emprego na América Latina e Caribe (PREALC) da OIT cerca 30.8% do emprego não agrícola no território latino-americano é composto por trabalhadores informais e para cada 100 novas ocupações criadas entre 1986 e 1996, cerca de 80% eram informais. No caso brasileiro a PREALC informa que em 1980 o percentual de trabalhadores informais atingia 24% das populações economicamente ativa (PEA), saltando para 29% em 1990. Na pesquisa Economia informal urbana ( ECINF), realizada pelo IBGE em 1997, identificou-se que 25 % dos trabalhadores das cidades brasileiras estavam vinculados ao chamado “setor informal”. Neste sentido, torna-se necessário investigar a questão do trabalho informal em todo o Norte Fluminense, especialmente em Campos dos Goyatacazes, afim de se identificar a importância que este setor vem adquirindo na economia regional.
Para Tavares (....) o desmantelamento das estruturas do Estado social, que vem ocorrendo através das políticas de privatização, desregulamentação e liberalização, vem tornando imprescindível a redivisão social do trabalho, a reestruturação produtiva e o neoliberalismo.A autora traz a seguinte indagação: “A expansão do setor informal é uma ação complementar às políticas de assistência ou uma estratégia da organização da produção capitalista?
Tal questionamento nos permite associar o objeto de estudo ao serviço social, que é uma profissão que trabalha diretamente com as políticas de assistência.Considerando ainda a importância da pesquisa para a profissão, focando determinado campo de ação.

A pesquisa, que necessariamente gera a produção do conhecimento, tornou-se pré-requisito essencial para o assistente social. Por meio da investigação científica, que na verdade é a sistematização de uma determinada realidade social, o profissional consegue apreender as instrincadas conexões do real e, assim, pode construir um caminho mais seguro para aproximar-se de respostas concretas, tão almejadas nas suas intervenções.  (LARA, 2007, s.p)

Para Lara (2007) o serviço social contemporâneo se volta para um importante contribuição na produção de conhecimentos em diversas áreas e subáreas das ciências sociais. Considera ainda que a partir da década de 80 veio tendo sua própria produção teórica, o que veio possibilitar uma ênfase na pesquisa acadêmica.
A relação entre economia informal e políticas assistenciais, estabelecida por Tavares (..),abre espaço para uma reflexão acerca da relação do objeto de estudo tratado e a profissão do serviço social, bem como reconhecer a importância da pesquisa no trabalho do assistente social seja quel for o seu campo de atuação. É o conhecimento da realidade que o cerca que estará possibilitado a fazer uma análise de suas ações e das demandas apresentadas por seus usuários.






�09r � �G contexto.
Sendo assim, cabe-nos indagar até que ponto a relação entre estes dois países poderá ser afetada pelas decisões tomadas recentemente, no que se refere ao abastecimento de gás natural e as possíveis implicações que poderão ter em relação á projeção do Brasil como líder  na construção e condução do bloco sul-americano com influência sobre toda a América Latina.

Palavras-chave: América Latina – Petrobrás – Bolívia – Integração regional




           
            Através da pesquisa que vinha sendo feita, foi montada uma apostila contendo as principais informações que são necessárias à pesquisa, por meio de sites do governo,ANP , British Petroleum e outros, que analisando  o petróleo desde sua formação geológica, englobando temas como níveis de produção, consumo, possibilidades de esgotamento, conflitos, crises, choques, Petrobras e sua ação internacional e a questão boliviana.
            No dia 05 de setembro de 2006 foi realizado um seminário preliminar, com o objetivo de apresentar as informações iniciais que já haviam sido coletadas para o orientador e a coordenadora do curso de Licenciatura em geografia,visando avaliar não só a o conteúdo apresentado, como também a apresentação oral em si.
            Posteriormente, foi feito um banner apresentando os dados preliminares da pesquisa.
            Na III Semana de Geografia e II Semana de História do Cefet Campos, foi apresentada um palestra que se finalizaou com um debate .
            Em outubro estivemos participando do encontro que aconteceu na UCAM, intitulado: A Geopolítica da Indústria do Petróleo, onde novamente, tivemos a oportunidade de estar coletando informações para a pesquisa, podendo ainda fazer contado com um economista da Petrobras que havia desenvolvido nos EUA uma pesquisa sobre a Geopolítica do Petróleo, que se dispôs a contribui com esta pesquisa.No mesmo mês, estive na palestra que tratava das grandes corporações realizada pela mesma instituição.
            Na Semana do Saber x Fazer do CEFET- Portas abertas o projeto pode estar sendo apresentado sob forma de banner e  apresentação oral para alunos e funcionários do Cefet, assim como para a comunidade de um modo geral.
            Em novembro a pesquisa esteve voltada para uma atualização da pesquisa e confecção de um resumo que foi enviado para a 5° Bienal da UNE  e foi aprovado para apresentação durante o evento, que ocorrerá entre os dias 27 de janeiro e 1° de fevereiro.
A partir do final de novembro tem se voltado para a confecção de um artigo, descrevendo os resultados e conclusões obtidos até o presente momento, que será enviando em anexo ao relatório.

RESULTADOS:

            Com o decorrer da pesquisa, pôde-se entender que a geopolítica se dispõe a analisar o Estado sob a ótica geográfica, com ênfase nas relações de poder no espaço mundial. Em relação ao petróleo, percebe-se que o Oriente Médio concentra as atenções, por possuir as maiores reservas. A partir da Segunda Guerra Mundial, a “Área Central” referente às estratégias de dominação, passa a ser o Iraque, detentor de grandes campos petrolíferos. Os Estados Unidos, por sua vez, são os maiores consumidores.
            As crises do petróleo podem ser divididas em dois tipos: as ocorridas entre os Estados Nacionais do Mundo Árabe, as empresas multinacionais européias e americanas e aquelas envolvendo países produtores e consumidores de petróleo.
            Sobre a questão boliviana, foi possível identificar que a instalação da Petrobrás no País visa uma integração do mercado de Gás e Petróleo entre os países do cone Sul. Sobretudo a partir da construção da Gasbol Gasoduto (Brasil-Bolívia), que é responsável pelo abastecimento de 51% de todo o gás natural utilizado no Brasil. A nacionalização dos Hidrocarbonetos em maio de 2006 criou um imposto de 32% para as empresas estrangeiras, além dos 18% que são cobrados em forma de Royalties, o que gerou um clima de tensão a partir do risco de desabastecimento por parte do Brasil. Atualmente estão sendo feitas as negociações entre os dois países.


CONCLUSÕES:

            Com os resultados obtidos através da pesquisa, pôde-se considerar que o petróleo constitui-se numa matéria-prima da indústria petrolífera e petroquímica, sendo em sumo, que movimenta a economia e lamentavelmente impulsiona a máquina de guerra. O petróleo é um produto estratégico, mesmo que limitado, em termos de disponibilidade, o que o torna tão disputado no mercado energético mundial.
            É possível compreender que a Petrobrás tem contribuído para a inserção no mercado internacional, principalmente na Bolívia, país que possui a segunda reserva de gás natural da América do Sul, o que a torna área de grande interesse por parte de empresas estrangeiras.
            Sendo assim, é preciso que cada país desenvolva estratégias que lhes permitam discernir em quais fins se deve aplicar as riquezas provenientes do petróleo, já que energia é um elemento vital da economia. Um bom investimento da economia seria voltar-se para a expansão e diversificação de fontes energéticas, podendo ainda haver uma ampliação da produção de petróleo e gás em regiões como o Mar Cáspio, Rússia, América do Norte e América do Sul, ampliando assim a dinamicidade dessas regiões e especialmente a integração entre Brasil e Bolívia.











rial"�*?n-� �G lor:black'>           ( FILHO, 2003, p.57)

No que se à reeestruturação produtiva, Corrêa (2001) discorre sobre as alterações ocorridas na organização do espaço territorial na década de 70, argumentando que apesar de não haver sincronia entre “crise espacial” e “crise de acumulação”, as evidências que são destacadas como processos espaciais da reestruturação contemporânea envolve diversos aspectos que subjugam uma ligação entre os dois modelos de crise.
Embora as transformações ocorridas em Macaé estejam diretamente ligadas  à descoberta de petróleo na bacia de campos, pode-se fazer um paralelo destas transformações ocorridas com a nova realidade espacial que se caracteriza como contemporânea e discutida pelo autor. Segundo ele, passa a ocorrer uma redistribuição das atividades produtivas, sobretudo nas indústrias, as regiões metropolitanas perdem um pouco de seu dinamismo demográfico. Enquanto regiões que tradicionalmente perdiam população passam a se converter em ponto de atração como é o caso de Macaé, que hoje se constitui num atrativo para pessoas de todo o país, devido à grande oferta de empregos gerados pela Petrobrás, subsidiárias e diversas multinacionais instaladas na cidade.


Macaé e o Arranjo Produtivo Local

Segundo informações da RAIS3 (2001) o maior arranjo produtivo no Estado do Rio de Janeiro, foi identificado no setor de petróleo, em termos de número de empregos e do montante de remunerações geradas. O município se constitui no principal núcleo produtor de petróleo do país. No (Mapa1), é possível identificar os principais arranjos produtivos locais no Estado do Rio de Janeiro, dentre eles o de Macaé.

MAPA 1
                                    

De acordo com pesquisas realizadas pela FIRJAN (2006) o petróleo é a força econômica da região, o município apresenta o maior índice de criação de novos postos de trabalho do interior do Estado, correspondendo a cerca de 13,2% ao ano, o que o torna cada vez mais atrativo para os imigrantes que chegam em busca de trabalho no setor petrolífero.
De acordo com a SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) a história do arranjo produtivo em Macaé se inicia com a instalação da Petrobrás, juntamente com seus fornecedores e outras empresas ligadas à exploração de petróleo na região. A dinamização da economia local, decorrente da instalação na cidade de um arranjo produtivo na indústria de petróleo e gás, proporcionou benefícios aos mais diversos setores. A evolução tecnológica pertinente à exploração de petróleo em águas profundas na Bacia de Campos e o desenvolvimento das atividades de exploração proporcionou a evolução da produção e conseqüente aumento dos investimentos na região, o principal pólo produtor de petróleo e gás no país.
A presença da Petrobrás e de grandes empresas que a ela prestam serviços por meio de unidades localizadas em Macaé reflete-se no elevado tamanho médio geral dos estabelecimentos (156 empregados por estabelecimento) e no elevado nível de remuneração média por empregado (aproximadamente, R$ 2.552,00 em dezembro de 2001). A implementação da Petrobrás e de muitas outras empresas tornou a área atrativa a investimentos tanto nacionais como internacionais e se manifesta a partir do elevado tamanho médio geral dos estabelecimentos e no elevado nível de remuneração média por empregado. No entanto, conforme divulgado pela SEBRAE, os valores de remuneração média e tamanho médio variam expressivamente entre os diversos segmentos do arranjo (Tabela 1).

Tabela 1 - Características Básicas do APL no Setor de Petróleo - Macaé

ATIVIDADE
Empregos
N.º de Estab.
Remuneração (dez. 2001 - R$)
Tam. Médio (empregos)
Remuneração Média (R$)
Atividade Principal - Extração de petróleo e serviços associados
10.432
43
42.903.304
242,60
4.112,66
Subtotal - Fabricação de insumos e componentes
 1.903
16
2.259.893
118,94
1.187,54
Subtotal - Serviços de construção
 7.000
34
7.172.657
205,88
1.024,67
Subtotal - Atividades de logística de transporte
 3.182
51
5.143.539
62,39
1.616,45
Total
22.517
144
57.479.393,41
156,37
2.552,71
Fonte: Elaboração própria a partir da base de dados da RAIS (2001)

 Segundo SILVA (2003) com a chegada da Petrobras, aumenta a oferta de empregos, sendo a maioria deles, ligados direta ou indiretamente a indústria do petróleo como pode ser observado na (Tabela2).

Tabela 2 - Participação no Total de Emprego, Estabelecimentos e Remunerações no Município de Macaé - APL no Setor de Petróleo - Macaé

ATIVIDADE
% dos Empregos
% dos Estabelecimentos
% da Remuneração
Atividade Principal - Extração de petróleo e serviços associados
20,78%
1,64%
52,45%
Subtotal - Fabricação de insumos e componentes
3,79%
0,61%
2,76%
Subtotal - Serviços de construção
13,94%
1,30%
8,77%
Subtotal - Atividades de logística de transporte
6,34%
1,95%
6,29%
Total
44,84%
5,49%
70,27%

Fonte: Elaboração própria a partir da base de dados da RAIS (2001)

No entanto, a maioria dos preenchimentos foram feitos por imigrantes, já que não havia mão de obra qualificada local. Houve um rápido aceleramento na economia do município, causando euforia no empresariado com a elevação do consumo a qualquer preço. Consequentemente, surgiram problemas habitacionais, com brusca elevação de valores dos aluguéis.
Houve também uma expansão no setor de comércio e imobiliário, a rede hoteleira da cidade, foi uma das maiores beneficiárias, se expandiu muito. No entanto, se de um lado houve surto do progresso, de outro surgiu a violência e assaltos. A população teve que proteger suas casas, o modo de vida da população local já não correspondia ao que havia na época da “pacata” Macaé.

Transformações sócio-espaciais na cidade de Macaé

De acordo Neto & Ajara (2006), um dos primeiros impactos que se pode destacar a partir do advento do setor petrolífero em Macaé, é o seu crescimento populacional, que tem se dado de forma muito acelerada, sem que haja tempo e infra-estrutura necessária para que a cidade se prepare para receber o grande contingente de imigrantes.Em 1970, conforme o Censo Demográfico do IBGE, a população de Macaé contava com 55.358 habitantes, já em 2000, esse número cresce para 150.000.

“Tendo em vista que as atividades econômicas e a população não se distribuem de maneira homogênea no espaço, algumas localidades destacam-se por sua maior concentração econômica e demográfica, desempenhando o papel de pólos de desenvolvimento ou de lugares centrais.” (CARVALHO E TOTTI, 2003, p.301)

Neste sentido pode-se referir à Bacia de Campos, que abriga 80% das reservas petrolíferas brasileiras, tendo uma concentração das atividades de exploração e produção de petróleo na cidade de Macaé, como já foi dito anteriormente, que se destaca, como pólo industrial frente aos demais municípios da região. Percebe-se uma desigualdade na posição dos mesmos frente à economia nacional.
Ocorre ainda uma desigual estrutura espacial dentro do próprio município, onde determinados bairros, se mostram como sendo privilegiados, enquanto outros passam por uma favelização e precariedade na qualidade de vida dos moradores.
De acordo com Silva (2003) a infra-estrutura física4 que atende o aglomerado petrolífero de Macaé possui muitas das características mencionadas acima, particularmente no que se refere as empresas de atuação multinacional.
Tendo em vista o fato de Macaé ser uma localidade de baixo desenvolvimento, o município apresenta ainda muitas deficiências relacionadas a sua infra-estrutura urbana, que atuam de forma negativa na dinâmica do aglomerado.
Pode-se destacar que a iniciativa privada cresceu e se modernizou nesses vinte anos de atuação da Petrobras, a construção civil no ano 2000, conseguiu resolver em parte o problema habitacional, tendo chegado ao início de 2000 com o setor estável, aluguéis mais baixos e a oferta maior que a procura.
Embora a prefeitura tenha dado sua contribuição para equacionar o problema construindo residências, não resolveu os problemas básicos da cidade, em benefício da população.
A cidade continua se servindo de modo precário da sua rede de esgotos obsoleta que foi construída no início da década de 1930. Com toda a verba em 30 anos, não se construiu uma nova rede de esgotos, com estação de tratamento, que seria algo de benefício para todos, este é um exemplo, dentro muitos outros que poderiam ser citados.
Estando a economia do município, atrelada em cerca de 70% às atividades petrolíferas, com resultados econômicos cada vez mais atraentes para empresários e investidores, fica em segundo plano a idéia de diversificação da economia, que é algo de extrema importância para uma economia autosustentada e duradoura.
Sendo o petróleo um recurso finito, Torna-se de fundamental importância preparar a estrutura econômica da cidade para o caso de haver uma queda no setor.
Para Borges (2000), Macaé é uma cidade ainda pequena, com seus distritos não muito distantes, um município fácil de ser administrado, com sua grande arrecadação, poderia ser modelo de cidade do interior, para o Brasil. “O norte fluminense esteve sendo inserido em uma dinâmica industrial e tecnológica internacional pouco ou nada ligada ao contexto local.” (PIQUET, 2003, p.226)
Isto se torna evidente ao se analisar a origem da mão de obra presente em Macaé, que se constitui em grande parte por trabalhadores de outras regiões e até mesmo estrangeiros, enquanto a população local, sobretudo por não ter a qualificação necessária, dificilmente consegue se inserir neste mercado de trabalho, principalmente nos postos mais elevados.
De acordo com Monié (2003) houve um enriquecimento de parte da população e o afluxo de trabalhadores pobres sem qualificação. O surgimento de áreas de residência e de consumo de alto padrão social, a expansão de bolsões de pobreza, o aumento das desigualdades intra-regionais entre Campo e cidade, mas também entre centros urbanos mais ou menos inseridos na “nova economia regional”.
Monié (2003) destaca que redistribuição espacial da população em direção à Bacia de Campos, se dá segundo diferentes escalas geográficas, que podem ser divididas em três tipos de fluxos. O primeiro se volta às tradicionais migrações campo-cidade em escala regional, alimentadas pela incapacidade da agricultura de fixar a população no campo.
O segundo tipo de fluxo, de maior alcance espacial, relativo à mão de obra oriundo de outras regiões do Brasil, uma proporção significativa de migrantes que já adquiriram experiência profissional trabalhando no setor petrolífero em outras bacias de exploração, como no Nordeste por exemplo, se dirige a Macaé. Já o terceiro tipo, de migração envolve profissionais de media e alta qualificação que vêm do resto do Brasil e do estrangeiro.
Observa-se claramente o processo de exclusão/ inclusão em Macaé tendo áreas ocupadas por populações carentes e áreas exclusivas de condomínios residenciais e equipamentos de consumo e culturais fechados, destinados à elite de trabalhadores. Estas são dotadas de equipamentos e serviços sofisticados, são geralmente conectadas a todas as escalas geográficas da produção e do consumo, graças ao elevado grau de mobilidade propiciado pelo alto nível de renda dos residentes.
Para PIQUET (2003) tomando a partir de uma perspectiva teórica, a chamada indústria do petróleo contém fortes efeitos de encadeamento que podem provocar um virtuoso processo de mudanças estruturais, ou ao contrário, pode permanecer como mero “enclave5” na região em que se localiza. Neste sentido a exploração de petróleo pode ser tão pouco benéfica para uma economia quanto qualquer produção extrativista, Venezuela, Angola, Líbia e Iraque, por exemplo, apesar das riquíssimas reservas naturais, não conseguem canalizar o dinheiro do petróleo para a criação de riqueza em outros setores da economia. Assim, deve-se buscar formas de evitar que Macaé caminhe neste sentido.
Numa análise comparativa com os demais municípios do Norte Fluminense, pode-se considerar que Macaé é o município que apresenta maior dinamismo econômico, foi a que mais se transformou e hoje ostenta um vigor diretamente relacionado às atividades de extração, produção e logística do petróleo, que a situa entre as cidades de melhor relação entre postos de trabalho e tamanho de população do estado.
Macaé dispõe hoje, de infra-estruturas e serviços logísticos que lhe permitem articular as atividades de produção marítima e terrestre, bem como conectar o município com os centros de decisão nacionais e internacionais da economia do petróleo, assim como com os mercados de consumo, em diversas escalas geográficas. A disponibilidade em redes técnicas de qualidade confere à Macaé uma posição privilegiada num cenário global extremamente exigente em velocidade e flexibilidade.
“O petróleo transformou profundamente a economia, a sociedade e o espaço dos países produtores do mundo em desenvolvimento nas últimas quatro décadas.” (MONIÉ, 2003, p.257). Assim o autor destaca que diversas alterações sócio espaciais tornam-se visíveis nestes locais, tais como o crescimento demográfico, novas estruturas na organização territorial, bem como em sua hierarquia urbana regional, que em sua definição põe em evidência a emergência e consolidação de “ilhas de produtividade6
No processo de expansão demográfica, provocado pelo advento petrolífero de um modo geral observa-se, que a mão-de-obra pouco qualificada reside geralmente onde trabalha, mas segmentos mais qualificados do mercado de trabalho desenvolvem estratégias residenciais diferenciadas, ocupando geralmente, bairros novos e exclusivos nas cidades onde trabalham, podendo até mesmo ir para municípios vizinhos que ofereçam uma melhor qualidade de vida.

Considerações Finais

Diante dos diversos aspectos resultantes das transformações ocorridas em Macaé desde a economia baseada na pesca até a instalação da Petrobras, percebe-se que há um alto preço a ser pago pelo progresso.
A economia regional é incapaz de oferecer postos de trabalho para todos os migrantes atraídos pela indústria petrolífera, o que contribui para desigualdade das dinâmicas em curso. O caráter excludente deste processo de modernização tem efeitos complexos sobre a organização do espaço, no qual alguns bairros tornaram-se elitizados, com toda uma infra-estrutura, recursos e serviços sofisticados, enquanto os demais, têm sido colocados numa posição de periferia, onde o que ocorre, na verdade é a falta de recursos e infra-estruturas.
Utilizando-se dos dados dos censos demográficos do IBGE (2000) é possível avaliar a evolução da população residente em favelas, bem como dos domicílios ocupados em Macaé. Em uma instância imediata, já se faz necessária a solução de problemas sociais, tais como favelização, degradação da infra-estrutura urbana, precariedade dos transportes, da educação e da saúde, revelados pelas novas demandas ocasionadas pela rápida ascensão econômica do município nos últimos anos.
A especulação imobiliária, resultado de uma demanda que supera em muito a oferta de imóveis tem contribuído para elevar fortemente o custo de vida em Macaé com impacto maior para a população de baixa renda. Por outro lado é possível observar uma nítida segregação espacial na cidade no que tange aos locais escolhidos para moradia por parte de funcionários e executivos de classe media e classe alta, ligados principalmente a empresas offshore.
O dinamismo do mercado imobiliário da praia de Cavalheiros e Lagoa de Imboassica em Macaé, de Farol de São Tomé em Campos ou Rio das Ostras e Conceição de Macabu práticas espaciais caracterizadas por um maior nível de mobilidade dos trabalhadores mais qualificados.
Com efeito, a maior demanda por imóveis para aluguel e compra ocorrem nos bairros mais nobres da cidade: Imbetiba, Praia Campista, Cavaleiros e Cancela Preta. 
A deficiência no planejamento urbano e a carência de mecanismos de execução e controle do abundante orçamento de Macaé são problemas ainda por resolver. Assim, a partir do ano 2000, a necessidade de um efetivo planejamento urbano e de investimentos adequados em infra-estrutura passou a ser recebidos pelo poder executivo do município como fatores fundamentais para alimentar os investimentos das empresas offshore e a expansão acelerada do aglomerado petrolífero. Deste modo, torna-se necessário se ter um planejamento que possa contribui para uma melhor organização do espaço em Macaé, tornando-o menos desigual e excludente.

 


Notas


1-    Revista do laboratório de engenharia e exploração de petróleo da UENF. Edição nº1/2006.

2-    Este tema pode ser aprofundado com análise do processo de construção do referido Canal. Ver a esse respeito: BORGES, Armando. História do Canal Macaé - Campos. Macaé: Damadá Artes Gráficas e Editora Ltda., 2000.p. 17-23.

3-      Refere-se à Relação Anual de Informações Sociais – RAIS que funciona como                 instrumento de coleta dos dados para a gestão governamental do setor do trabalho. Foi Instituída pelo Decreto nº 76.900, de 23/12/75. Para saber mais sobre a RAIS acessar: http://www.rais.gov.br/rais sitio/oque.asp.

4-     autor, entende como infra-estrutura física, o conjunto de infra-estruturas urbanas, que possibilitam a localidade, de um lado, o avanço na formação de redes sociais e, de outro, as condições estruturais e institucionais para o desenvolvimento de redes de empresas.Esta abordagem pode ser melhor analisada :   SILVA, R. C. R. S.;CARVALHO, A. M.;TOTTI,M.E.F. Exploração e Produção de Petróleo e Gás na Bacia de Campos - Impactos na Geração de Empregos no Município de Macaé-RJ. In: 2º Congresso Brasileiro de P&D em Petróleo e Gás, 2003, Rio de Janeiro. Revista do Congresso, 2003.

5-    Em geografia, um enclave diz respeito a um território totalmente cercado por um território estrangeiro. Ele se torna um enclave do território estrangeiro que o cerca e um exclave do país que usufrui da soberania sobre ele.  Os enclaves podem também existir quando uma subdivisão administrativa de um país é situada fora da usa divisão principal. Esse tema pode ser aprofundado através de consulta no site: http://www.babylon.com/definition/enclave/porteguese

6-    Este fenômeno é nítido em países como a Argélia, México, ou mesmo na Bacia de Campos brasileira, onde a hierarquia da malha urbana foi ou está sendo alterada com a mudança de centro de gravidade da economia regional. Ver a esse respeito: MONIÉ, Frederic. Petróleo, industrialização e organização do espaço regional. In:PIQUET, Rosélia (Org.). Petróleo, royalties e região. Rio de Janeiro: Garamond, 2003. p.257- 285.

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